O Projeto de Documentação Linguística do Apiaká surge como parte do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas - PROGDOC, que foi criado em 2009, com o apoio da UNESCO, da Sociedade de Amigos do Museu do Índio/FUNAI e da Fundação Banco do Brasil. Este programa, com o uso de metodologia pioneira de documentação, visa a implantação de políticas linguísticas, cientifica e politicamente engajadas no fortalecimento das línguas indígenas brasileiras, cumprindo a missão de resgatar, documentar e preservar as línguas e as culturas indígenas do país.
Hoje em dia, para o povo Apiaká, não existem bens mais importantes do que sua própria língua e herança cultural. Apiaká é uma das línguas da família linguística Tupi-Guarani do tronco tupi que estão em perigo de extinção por causa do número extremamente pequeno de falantes nativos. A comunidade pode contar com apenas três falantes ainda vivos. Além disso, existe o fato de que eles estão em um contato cada vez maior com a cultura não-indígena. Esta dupla ameaça tem mobilizado a comunidade Apiaká que tem agora o objetivo de revitalizar a sua língua e cultura. O povo Apiaká foi motivado a investir em si próprio depois de ver outros grupos indígenas mais em contato com suas raízes e perceber que já perderam muito do seu conhecimento e estão prestes a perder ainda mais.
O velho Nicolau disse: "Houve um tempo em que queria deixar para trás nossas raízes indígenas. Nós ignoramos a nossa própria língua e práticas culturais. Como resultado, nossas crianças sofrem hoje da ignorância de sua própria cultura e idioma. Pedimos desculpas por essa negligência do nosso patrimônio eestamos ansiosos para recuperar o tempo perdido na busca da nossa própria identidade histórica. Queremos resgatar esse patrimônio, não para nós mesmos, porque já estamos velhos, mas para os nossos jovens. Para tanto, contamos com a ajuda de Pedrinho, um dos nossos três falantes nativos que ainda vivem. "
No momento, o Projeto conta com um acervo que contém cerca de 400 fotografias relativas às atividades do cotidiano Apiaká, 11 registros em vídeo, incluindo histórias do povo Apiaká, estilo de vida, relacionamento com outros povos e algumas narrativas em língua Apiaká; 5 horas de gravações estão prontas para análises linguísticas fonológicas, morfológicas e sintáticas. Estes dados foram coletados durante o trabalho de campo realizado pela coordenadora Cilene Campetela.
Além disso, o Projeto também pretende apoiar os esforços da própria comunidade, na tentativa de ensinar a língua Apiaká na escola da aldeia. O ensino da língua Apiaká como segunda língua, no âmbito escolar, tem acontecido de uma forma bastante intuitiva e não tem alcançado o sucesso almejado. Portanto, pretende-se ofecere à escola melhores condições técnicas e teóricas para um adequado desenvolvimento didático-pedagógico e para uma futura introdução de métodos e técnicas etnológicos no sistema de ensino.
A única comunidade envolvida no Projeto Apiaká é a própria comunidade Apiaká. A população da Aldeia Mayrob é a mais envolvida de todas, mas faz questão de dividir esse Projeto com as demais aldeias da etnia situadas às margens do Rio Teles Pires.
PRODOCLIN
Em breve o visitante terá acesso à Base de Dados - PRODOCLIN - DOC Apiaká organizada no servidor LAT.
O trabalho de organização da base de dados é desenvolvido com a autorização dos Apiaká, com atenção ao cumprimento da legislação relativa à proteção dos patrimônios material e imaterial indígenas.
MUSEU DO ÍNDIO
Visite a Base de Dados do Museu do Índio e confira o material audiovisual e etnográfico disponibilizado da etnia Apiaká: http://base2.museudoindio.gov.br e digite na busca a palavra-chave "Apiaká".
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