Documentar uma língua significa registrar, de modo sistemático e amplo, exemplos de seu uso em contextos culturais apropriados, os mais variados, visando à constituição de um corpus digital anotado. Documentar significa criar acervos sustentáveis digitais que registram o uso da língua.
As atividades de quem documenta uma língua são: coleta de materiais e sua anotação sistemática; arquivamento.
Os métodos e procedimentos básicos são: gravações, digitalização, anotação (minimamente, transcrição e tradução) e arquivamento (preservação).
Os resultados imediatos são: um corpus de ocorrências de fala, com anotações metalingüísticas sobre o evento, o contexto, os participantes, o conteúdo, etc.
A documentação de uma língua produz, então, um corpus de dados primários, gravações em áudio e/ou vídeo de uma grande variedade de domínios e situações de uso.
Documentação e descrição de uma língua são campos de atuação que se complementam e se alimentam, apesar de serem diferentes em termos de:
A Documentação contribui para vários campos do saber e da atuação de e em comunidades indígenas.
Em 2007 foram firmados os primeiros Acordos para transferência de tecnologia entre FUNAI, Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e o Instituto Max Planck de Psicolingüística (MPI, Programa DOBES).
A tecnologia para armazenar dados foi aperfeiçoada e está instalada, hoje, em servidores no Museu do Índio/FUNAI e no Museu Paraense Emílio Goeldi/MCT.
Existem muitos programas nacionais e internacionais voltados para a documentação de línguas do mundo.
Franchetto. A comunidade como agente da documentação linguística.
Gipert, Himmelmann e Mosel. Essentials of Language Documentation e materiais adicionais: http://titus.uni-frankfurt.de/ld/.
Austin. Language Documentation and Description.
Revista Language Documentation & Conservation.
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