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Etnias

Programas, Projetos e Instituições

Programas internacionais de documentação linguística com projetos sobre línguas indígenas no Brasil:

» DOBES
O programa DOBES (Dokumentation Bedrohter Sprachen, Documentação de Línguas Ameaçadas), é financiado pela Fundação Volkswagen, começou em 2000/2001, para projetos individuais que visam a documentação (criação de acervos digitais permanentes) de línguas no mundo inteiro; o apoio tecnológico vem do Instituto Max Planck para Psicolinguística (MPI) em Nimega. O programa DOBES foi o pioneiro: suas metodologias e especialmente tecnologias estão sendo amplamente aceitas e usadas, como o programa ELAN e a LAT (Tecnologia de Arquivamento de Línguas), todos desenvolvidos no MPI e que estão disponíveis para download livre. Há cinco projetos DOBES sobre línguas indígenas faladas no Brasil:


   - Kuikuro (Karib, Bruna Franchetto e outros, MN/UFRJ, 2001-2005)


   - Trumai (isolada, Raquel Girardello e outros, MPI/NL & MPEG, 2001-2004)

 

   - Aweti (Tupí, Sebastian Drude e outros, FU Berlin & MPEG, 2001-2004)


   - Bakairi/Mawé/Kashuiana (Karib/Tupí/Karib, Sérgio Meira, Uni Leiden & MPEG, 2003-2007)


   - Kaxinawa (também falado no Perú) (Eliane Camargo e outros, Paris X & UNICAMP, 2006-)

 

» ELDP
O ELDP, com financiamento por uma fundação beneficiente (Hans Rousing), está sediada no SOAS (School for Oriental e African Studies) na Universidade de Londres. É um de três subprojetos do HRELP (Programa de Línguas Ameaçadas Hans Rousing): O programa de Documentação (ELDP), o programa acadêmico (ELAP) e o programa de arcervo (ELAR). Desde 2002, o ELDP vem apoiando mais do que 100 projetos de diferente porte e duração no mundo inteiro. Os projetos ELDP no Brasil até agora são:


   - Apurinã (Aruak, Sidney Facundes, UFPA, 2003-2005)


   - 4 línguas Tupí urgentemente ameaçadas (D. Moore e outros, MPEG, 2003-2006)


   - 2 línguas do Chaco (V. Grondona & F. Sândalo, UNICAMP, 2003-2006)


   - Ofayê (Macro-Jê, Eduardo Ribeiro, UFGO, 2003-2006)

 

   - Karo (Tupí, Nilson Gabas Jr., MPEG, 2004-2006)


   - Enawene-Nawe (Aruak, Ubiray Rezende, MN/UFRJ, 2005-2007)

 

   - Waikhana & Wanano (Tukano Oriental, Kristine Stenzel, UFRJ, 2007-2010)


   - Pareci-Haliti (Aruák, Glauber Romling da Silva, UFRJ, 2008-2010)

 

Outros programas, projetos e instituições (em ordem alfabética):

» AIATSIS
Instituto Australiano dos Estudos dos Aborigines e Povos das Ilhas do Estreito de Torres: Instituição de pesquisa e informação sobre os povos indígenas da Austrália e das Ilhas do Estreito de Torres. O AIATSIS mantém um rico acervo de materiais multimídia (inclusive digitais) e uma grande variedade de atividades de pesquisa e apoio voltadas para as comunidades nativas.

» AILLA
Acervo digital de gravações e textos em e sobre as línguas indígenas da América Latina. Como projeto, começou em 2000, e agora já cotem um rico universo de gravações de diversos gêneros de fala, inclusive dados antigos, às vezes acompanhados por traduções. Objetivos são: Preservação, Acessibilidade, Apoio às comunidades.

» DELAMAN
Rede digital de Acervos de Línguas Ameaçadas e Música, organização que abrange várias das iniciativas que visam à criação de acervos digitais, diversos inclusive listados nesta página. » ELF
Fundação para Línguas Ameaçadas. Organização que, desde 1997, apoia projetos de preservação e documentação linguística, financiando pessoas, povos e museus.

» EMELD
E-MELD (Meta-Estrutura Eletrônica para Dados de Línguas Ameaçadas) foi um projeto de cinco anos (2001-2006) com o objetivo de apoiar a preservação de dados de línguas ameaçadas e apoiar o desenvolvimento da infra-estrutura necessária para a cooperação efetiva entre arquivos eletrônicos. Em particular é notável a "escola das melhores práticas", onde muito conhecimento, de cunho técnico e outros, está acumulado e apresentado em uma forma de acesso fácil.

» FEL

First Voices - http://www.firstvoices.com/

Site canadense de documentação linguística. Com línguas de diversas regiões, mas principalmente da Costa Noroeste do Pacífico.

Fundação para Línguas Ameaçadas, ativo desde os meados dos anos 1990. Apoia projetos de documentação (em pequena escala), e promove os objetivos da documentação, proteção e preservação de línguas ameaçadas. Organiza encontros anuais.

» GBS
Associação para Línguas Ameaçadas da Alemanha. Fundada em 1997, apoia projetos de pesquisa e documentação, a cooperação internacional e a concientização pública sobre o problema das línguas ameaçadas. » International Clearing House for Endangered Languages
Um dos primeiros sites sobre a temática de línguas ameaçadas. Contém uma rica bibliografia sobre esta temática, e o UNESCO Red Book of Endangered Languages, com informações sobre paises individuais (ainda não sobre o Brasil).

» LACITO
Línguas e Civilização à Tradição Oral: É um laboratório de pesquisa e descrição linguística e antropológica do CNRS da França e das Universidades Paris 3 e 4 que atua em várias regiões do mundo que também desenvolve e mantem um acervo de dados primários.

» Living Tongues Institute for Endangered Languages
O Insituto dos Idiomas Vivos para Línguas Ameaçadas, fundado em 2007 por dois membros de um antigo projeto DOBES, promove a documentação, manutenção, preservação e revitalização de línguas ameaçadas no mundo, em cooperação com a National Geographic Society.

» NSF/DEL
Documentando Línguas Ameaçadas (da National Science Foundation dos Estados Unidos e do Apoio Nacional para as Ciências Humanas, em cooperação com o Instituto Smithonian / Museu Nacional de História Natural), programa Estadounidense que apoia projetos de documentação.

» OLAC
Comunidade de Acervos Linguísticos Abertos, uma parceria de vários acervos e iniciativas, procurando concordar sobre padrões e melhores procedimentos na criação de acervos digitais, e para facilitar o intercâmbio o acesso mútuo entre esses acervos.

» Paradisec
Acervo do Pacífico e Regional para Fontes Digitais, uma iniciativa de cooperação que conserva materiais ameaçados da região do Pacífico (incluíndo Oceânia e o Leste e Sudeste Asiático). Colabora estreitamente com outras iniciativas afins do programa DOCLIN.

» RNLD
Rede de Recursos para a Diversidade Linguística' quer unir mais os esforços na documentação de línguas ameaçadas, conectando diferentes iniciativas. Tem um foco na parte de metodologia e tecnologia, mas inclue (orientação sobre): documentação, gravação, gerenciação e arquivamento de material, digitalização, revitalização de línguas.

» TERRALINGUA
Terralíngua apoia desde 1996 a proteção, manutenção e restauração da diversidade biológica, cultural e linguística.

» UNESCO
O Programa de apoio a Línguas Ameaçadas da UNESCO. Contem, entre outros, um link para a versão online do atlas das línguas em perigo de desaparecimento (por enquanto só da África)

A Documentação Linguística no Brasil

No Brasil, o Projeto de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas é a primeira iniciativa pública e governamental desta natureza, um programa adequado à realidade do País e dos povos indígenas que nele vivem.

Entendemos que a Documentação deve considerar a participação real das comunidades e dos falantes como componente indispensável do trabalho. Já existem Acordos bilíngues firmados entre a FUNAI/Museu do Índio e organizações indígenas no Brasil para fins de documentação de suas tradições orais e manifestações culturais.

Outras iniciativas estão começando:

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN, órgão do Ministério da Cultura-Minc, criou o Grupo de Trabalho da Diversidade Linguística do Brasil (GTDL), cujo Relatório de atividades pode ser acessado.

Ver também o Edital do Inventário Nacional da Diversidade Lingüística e Mapeamento Documental do Patrimônio Imaterial, no. 003/2008. A metodologia adotada se inspira amplamente nos princípios e procedimentos da documentação linguística.

O Conselho do Fundo Gestor de Direitos Difusos (CFDD) do Ministério da Justiça (MJ) acolheu a possibilidade de financiamento de projetos voltados para a documentação de línguas minoritária, em consonâncias com as diretrizes do IPHAN, em seu edital anual.

 

Drude, Gabas JR, Galucio 2007. Avanços da documentação sobre línguas indígenas no Brasil

 

Moore, Galucio e Gabas Jr. O Desafio de Documentar e Preservar as Línguas Amazônicas

 

Produtos

Todos os materiais permanecerão em instituições brasileiras, sendo que cópias serão entregues, em formato adequado e acessível, às comunidades envolvidas. O Museu do Índio será o centro de coordenação e de apoio do Programa, além do local de depósito e arquivamento dos materiais documentais produzidos por cada subprojeto.

  • Arquivos digitais multimídia contendo ‘sessões’ gravadas, transcritas e traduzidas

  • Anuência informada documentada

  • Gramática descritiva básica

  • Base de dados lexicais (dicionário)

  • Levantamento e diagnóstico sociolinguísticos

  • Publicações (materiais didáticos, paradidáticos e de pesquisa)

  • Mini-sites

    publicacoes textos indigenas pesq indig
  • Parceria 

    O Museu do Índio, da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, em parceria com a UNESCO–Brasil e com a Fundação Banco do Brasil, registra o conhecimento produzido pelos povos indígenas no Brasil, de natureza material e imaterial, preservando e disponibilizando os acervos sob a sua guarda. Entre as atividades desenvolvidas pela instituição, destaca-se o Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas- PROGDOC realizado com a participação das comunidades indígenas.

    Leia: Projeto de Cooperação Técnica Internacional Documentação de Línguas e Culturas Indígenas Brasileiras

    Unesco

    Aportar recursos para a execução de várias etapas do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas realizado pelo Museu do Índio.

    » Saiba mais

    Fundação Banco do Brasil

    Prestar apoio financeiro para viabilizar ações do Programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas realizado pelo Museu do Índio.

    » Saiba mais

    Sociedade Amigos do Museu do Índio

    A SAMI - Sociedade de Amigos do Museu do Índio - é uma entidade sem fins lucrativos que tem por objetivo manter uma articulação entre o Museu do Índio e a sociedade civil. Para tal, desenvolve projetos de divulgação das culturas indígenas brasileiras.

    » Saiba mais

    O que é documentação linguística?

    Documentar uma língua significa registrar, de modo sistemático e amplo, exemplos de seu uso em contextos culturais apropriados, os mais variados, visando à constituição de um corpus digital anotado. Documentar significa criar acervos sustentáveis digitais que registram o uso da língua.

    As atividades de quem documenta uma língua são: coleta de materiais e sua anotação sistemática; arquivamento.
    Os métodos e procedimentos básicos são: gravações, digitalização, anotação (minimamente, transcrição e tradução) e arquivamento (preservação).

    Os resultados imediatos são: um corpus de ocorrências de fala, com anotações metalingüísticas sobre o evento, o contexto, os participantes, o conteúdo, etc.

    A documentação de uma língua produz, então, um corpus de dados primários, gravações em áudio e/ou vídeo de uma grande variedade de domínios e situações de uso.

    Documentação e descrição de uma língua são campos de atuação que se complementam e se alimentam, apesar de serem diferentes em termos de:

    • atividades primárias
    • métodos e procedimentos
    • resultados imediatos

    A Documentação contribui para vários campos do saber e da atuação de e em comunidades indígenas.

    Em 2007 foram firmados os primeiros Acordos para transferência de tecnologia entre FUNAI, Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) e o Instituto Max Planck de Psicolingüística (MPI, Programa DOBES).

    A tecnologia para armazenar dados foi aperfeiçoada e está instalada, hoje, em servidores no Museu do Índio/FUNAI e no Museu Paraense Emílio Goeldi/MCT.

    Existem muitos programas nacionais e internacionais voltados para a documentação de línguas do mundo.

     

    Franchetto. A comunidade como agente da documentação linguística.

    Gipert, Himmelmann e Mosel. Essentials of Language Documentation e materiais adicionais: http://titus.uni-frankfurt.de/ld/.

    Austin. Language Documentation and Description.

    Revista Language Documentation & Conservation.  

    © Direitos reservados Museu do Índio - FUNAI